Neste contexto de crescente preocupação com a saúde e a alimentação, é essencial entender como uma dieta equilibrada pode impactar não apenas o corpo, mas também a relação que temos com a comida e o bem-estar emocional.
Um levantamento realizado pela Sodexo, uma multinacional francesa de alimentação, revelou que 90% dos brasileiros preferem uma alimentação saudável. No entanto, apesar do crescente discurso em torno de dietas perfeitas, especialmente nas redes sociais, muitos indivíduos enfrentam uma busca intensa por corpos ideais e saúde física e mental impecáveis. Essa pressão pode levar as pessoas a adotarem comportamentos prejudiciais, sem saber como, quanto e o que comer. A seguir, Maria Cláudia Hauschild, especialista em saúde da BurnUp, lista cinco comportamentos que, embora comuns, indicam que algo pode estar errado na sua relação com a alimentação saudável.
1. Pensar Constantemente em Comida
O Que Isso Significa?
Maria Cláudia Hauschild aponta que pensar o dia inteiro em comida, seja pesquisando receitas ou refletindo sobre o que comeu, pode ser um sinal de que a pessoa está com fome ou comendo menos do que deveria. Esse comportamento muitas vezes surge de restrições alimentares autoimpostas.
Mecanismos de Defesa do Corpo
Quando se impõe uma dieta restritiva, o corpo ativa mecanismos adaptativos para lidar com a “falta de comida”. Isso faz com que a pessoa sinta uma necessidade crescente de buscar alimentos, geralmente os mais calóricos e palatáveis. Portanto, é fundamental lembrar que uma alimentação saudável não se resume apenas a escolher alimentos, mas também a consumir quantidades adequadas.
2. Contar Calorias de Forma Excessiva
O Perigo da Contagem de Calorias
Contar calorias pode parecer uma estratégia eficaz para emagrecer, mas, segundo a especialista, essa prática pode prejudicar a relação com a comida. A preocupação excessiva com o que e quanto se come pode indicar que a pessoa não está se alimentando de maneira saudável.
A Dicotomia Alimentar
A classificação de alimentos como bons ou ruins, saudáveis ou não, geralmente se baseia apenas em seu valor nutricional e calórico. Essa visão simplista ignora fatores importantes, como o contexto em que os alimentos são consumidos. Essa dicotomia pode levar à culpa ao comer algo considerado “ruim”, prejudicando a saúde mental e emocional do indivíduo.
3. Pesagens Diárias
O Peso como Medida de Sucesso
A sociedade frequentemente associa magreza a saúde, sucesso e beleza. Como resultado, muitas pessoas se pesam diariamente e avaliam sua saúde com base no número que aparece na balança. No entanto, essa prática pode ser enganosa.
Variações Naturais de Peso
Maria Cláudia ressalta que o peso corporal varia naturalmente ao longo do dia e da semana. Essas flutuações não significam que a pessoa engordou ou emagreceu, mas refletem mudanças normais. Além disso, o controle excessivo do peso pode levar a comportamentos alimentares prejudiciais.
4. Comportamentos Compensatórios
O Que São Comportamentos Compensatórios?
Os comportamentos compensatórios surgem com a intenção de evitar o ganho de peso. Exemplos comuns incluem:
- Ir à academia excessivamente para queimar calorias.
- Pular refeições antes de um evento social.
- Tomar medicamentos sem orientação médica para evitar ganho de peso.
- Realizar jejuns excessivos ou seguir dietas extremamente restritivas.
Consequências para a Saúde
Esses comportamentos podem prejudicar a saúde física e mental. Além de afetar a relação com a comida, eles podem causar sentimentos de culpa e vergonha. A desconexão com os sinais de fome e saciedade pode resultar em problemas gastrointestinais, cardiovasculares e até desnutrição.
5. Ignorar Sinais de Fome e Saciedade
A Importância de Ouvir o Corpo
Uma alimentação saudável deve considerar mais do que a composição nutricional dos alimentos. Ignorar os sinais de fome e saciedade pode levar a padrões alimentares disfuncionais. Muitas vezes, as pessoas se sentem pressionadas a seguir regras rígidas sobre o que comer, em vez de ouvir seu corpo.
A Relação entre Emoções e Alimentação na dieta
A relação entre emoções e alimentação é complexa. Muitas pessoas comem por razões emocionais, como estresse ou tristeza, e isso pode ser um indicativo de que a relação com a comida não está saudável. Portanto, é essencial cultivar uma abordagem mais equilibrada e consciente em relação à alimentação.
Portanto, a busca por uma alimentação saudável é um objetivo válido, mas é crucial que essa busca não se transforme em uma obsessão. Comportamentos como pensar constantemente em comida, contar calorias de forma excessiva, pesar-se diariamente e ignorar os sinais de fome e saciedade podem ser indicadores de uma relação tóxica com a alimentação. É importante lembrar que a alimentação deve ser um ato biopsicossociocultural que envolve prazer, saúde e bem-estar. Portanto, cultivar uma relação saudável com a comida é fundamental para a saúde física e mental. Ao fazer isso, as pessoas podem desfrutar de uma alimentação equilibrada, que respeite suas necessidades e desejos, promovendo assim uma vida mais saudável e satisfatória.
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