Alternativas sustentáveis para poluição plástica

Quais são as alternativas para combater a poluição plástica?

Saúde

Nos últimos anos, a questão da poluição plástica se tornou uma das maiores preocupações ambientais do mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1950, o mundo produziu mais de 9 bilhões de toneladas de plástico. Desses, impressionantes 7 bilhões se transformaram em resíduos, ocupando aterros sanitários e poluindo solos, lagos, rios e oceanos. Atualmente, a humanidade produz cerca de 430 milhões de toneladas de plástico por ano, com dois terços desses produtos tendo uma vida útil muito curta, rapidamente se tornando lixo. Portanto, o plástico, seja na forma de sacolas de supermercado ou garrafas PET, se tornou o grande vilão da sustentabilidade no setor de embalagens.

Poluição Plástica: O Problema das Embalagens de Uso Único

Um dos principais problemas relacionados aos resíduos plásticos é o uso único. Produtos como copos descartáveis, pratos, sachês de xampu e, principalmente, as famosas sacolinhas de plástico de supermercado, são grandes responsáveis pela poluição. As pessoas frequentemente utilizam essas embalagens para lixo úmido, que acabam indo diretamente para os aterros, contaminando o solo. O tempo de decomposição do plástico é alarmante, podendo chegar a 200 anos. A situação se torna ainda mais crítica quando consideramos que sacos de lixo também permanecem no planeta por dois séculos.

No entanto, existem soluções inovadoras no horizonte. Robson Leite, consultor empresarial na área de embalagens e especialista em soluções sustentáveis da Nobelpack, destaca que já surgiram alternativas, como os sacos feitos de bioresina, que são biodegradáveis. Essas inovações podem ajudar a mitigar o impacto ambiental das embalagens plásticas.

Iniciativas Sustentáveis da Indústria

Leite, que atua na criação de embalagens para os produtos da Natura, ressalta que a empresa busca soluções ecológicas e sustentáveis. Em 2021, a Natura lançou a linha Biõme, que consiste em produtos de beleza e cuidados pessoais em barra, eliminando o uso de plástico. Após dois anos de pesquisa, a empresa desenvolveu uma embalagem feita de papel 100% reciclável, complementada por um filme de base celulósica, que atua como barreira interna. Ambos os materiais são compostáveis e biodegradáveis, representando um avanço significativo na busca por alternativas sustentáveis.

Além disso, o Brasil ocupa a 123ª posição mundial em taxas de reciclagem, conforme dados da organização independente World Population Review. O sistema de coleta e descarte de resíduos é insuficiente, o que agrava a situação. Carolina Alcoforado, diretora de novos negócios e inovação da Melhoramentos, ressalta a importância de uma abordagem colaborativa para enfrentar os desafios ambientais. Ela acredita que a colaboração entre governos, iniciativa privada, sociedade civil e consumidores é fundamental para promover mudanças significativas.

A Coca-Cola e Suas Iniciativas de Sustentabilidade

A Coca-Cola, líder no mercado de refrigerantes no Brasil, também implementa estratégias para reduzir o impacto ambiental de suas embalagens. A empresa investe em garrafas retornáveis, um modelo em que o consumidor devolve o vasilhame vazio e compra um novo, a um preço mais acessível. Esse modelo evita que garrafas sejam descartadas e, consequentemente, não vão para a reciclagem.

A Coca-Cola Femsa, a maior engarrafadora da marca no Brasil, conseguiu devolver 165 milhões de unidades retornáveis em 2023, representando mais de 18% do mix de refrigerantes da empresa. Rafael Ramos, diretor técnico e de supply chain da Femsa, afirma que o objetivo é aumentar o ciclo de vida das embalagens. Em 2023, a empresa usou 109,89 toneladas de resina de PET recicladas em suas embalagens, um aumento de 32% em relação ao ano anterior.

Comparação Internacional e Desafios Futuros

Os padrões de sustentabilidade no Brasil precisam se alinhar aos da União Europeia. Atualmente, a taxa de reciclagem de resíduos plásticos pós-consumo na Europa é de 38,1%, enquanto no Brasil é de apenas 23%. Nos Estados Unidos, essa taxa é alarmantemente baixa, chegando a apenas 9%. Segundo especialistas, os Estados Unidos poderiam servir como um exemplo de sustentabilidade, mas a realidade é bem diferente. Em 2021, por exemplo, o país produziu 59 milhões de toneladas de resíduos plásticos, dos quais 95% foram descartados em lixões.

Valéria Michel, diretora de sustentabilidade da Tetra Pak no Brasil e Cone Sul, vê a adoção do PPWR (Plastics Packaging Waste Regulation) como uma oportunidade para a indústria de embalagens promover soluções sustentáveis. A Tetra Pak utiliza um polímero à base de plantas, como a cana-de-açúcar, em suas embalagens cartonadas. Essa abordagem não apenas reduz o impacto ambiental, mas também garante a preservação dos alimentos.

Inovações em Embalagens: O Futuro da Sustentabilidade

A Tetra Pak também implementa “tethered caps”, ou tampas presas, em suas embalagens. Essa medida é uma diretriz obrigatória da União Europeia a partir de julho de 2024, mas ainda não chegou ao Brasil. No entanto, alguns consumidores expressam preocupações sobre a funcionalidade dessas tampas, que podem causar desconforto ao serem abertas.

Em resumo, as iniciativas para combater a poluição plástica no Brasil estão em andamento, mas ainda há muito a ser feito. A colaboração entre empresas, governo e sociedade civil é essencial para promover mudanças significativas. Além disso, a inovação nas embalagens e a adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para garantir um futuro mais limpo e saudável para as próximas gerações.

Poluição Plástica: O Caminho a Seguir

Portanto, a luta contra a poluição plástica exige esforço coletivo. Com o aumento da conscientização sobre os problemas causados pelo plástico, tanto a indústria quanto os consumidores se mobilizam para encontrar soluções. As inovações em embalagens, como as desenvolvidas pela Natura e Coca-Cola, representam passos importantes nessa direção.

Além disso, a pressão para melhorar as taxas de reciclagem e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para criar um ambiente mais sustentável. O futuro do planeta depende das ações que tomamos hoje, e a mudança começa com a conscientização e a ação de todos nós. Portanto, é fundamental que continuemos a buscar alternativas e apoiar iniciativas que visem reduzir o uso de plásticos e promover a sustentabilidade.

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